domingo

Um Breve ensaio sobre relações

Sabe esses espelhos, não, esses vidros espelhados que a gente se vê de um lado, mas consegue ver através do outro? Peço desculpas desde já porque eu não sou um grande filósofo. Tenho lá umas teorias, talvez não sejam tão originais, vá lá, os espelhos: comecei a achar que as pessoas são assim, quando você está com elas acaba recebendo de volta essa imagem meio difusa, supondo que o vidro não seja tão bom. É meio paranóico pensar que todas as pessoas, o jeito como tu te relaciona com elas, isso seria simplesmente um reflexo de ti mesmo. Todavia, não me parece absurdo.

Aí eu comecei a imaginar que de repente, se ninguém tiver luz própria, como um encadeamento de reflexos, essa luz original acabaria por se extinguir e num dado momento tudo seria escuridão. Meio triste, apocalíptico, então decidi expandir a teoria e acreditar numa luz interior, a mesma que distorce a imagem original. Isso tudo é meio hippie, pra falar a verdade nem gosto muito dessa teoria, mas como viajei por semanas nessa porra, acabei contando tudo pro Varela.

Ele é um gordo meio careca, meio mongol – da Mongólia, sabe? Foi o único descendente de mongóis que eu conheci. Não sei como pode, achei que esse país nem existisse mais. Virou pra mim, assim mesmo, e disse: cara, vamos comprar um charuto pro teu aniversário. Foi a melhor festa que eu já tive.

7 comentários:

  1. faz sentido mesmo. reflexo do que somos no olhar de outro, você não é o único que pensa assim.

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  2. Anônimo9:43 PM

    eu continuo achando a teoria boa. e esse negócio de luz interior é bem Hippie Schmit mesmo. mas com esse negócio de luz a sua imagem ao passar pelo seu vidro e se distorcer e, finalmente, refletir no meu espelho, distorcendo ainda mais, é quase como se olhar na água ver e não ver.
    As relações com as pessoas não se dá só através do olhar, e aí que a teoria afunda, na água rasa, mas afunda.

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  3. Anônimo9:44 PM

    eu continuo achando a teoria boa. e esse negócio de luz interior é bem Hippie Schmit mesmo. mas com esse negócio de luz a sua imagem ao passar pelo seu vidro e se distorcer e, finalmente, refletir no meu espelho, distorcendo ainda mais, é quase como se olhar na água ver e não ver.
    As relações com as pessoas não se dá só através do olhar, e aí que a teoria afunda, na água rasa, mas afunda.

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  4. Anônimo9:45 PM

    coisa de comentar ruim.

    mas vai dizer por um momento eu te enchi de alegria ao ver tantos comentários!

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  5. Sim, eu tive um momento de alegria.

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  6. "sabemos quem somos, pelas pessoas que andam ao nosso lado.."

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  7. Anônimo8:45 AM

    E quem anda sozinho?

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